A Torre Negra Vol. 6 – A Canção de Susannah

Título: A Torre Negra – A Canção de Susannah
Título original: The Dark Tower – Song of Susannah
Autor: Stephen King
Ano de publicação: 2006 (primeira edição de 2004)
País de origem: Estados Unidos
Tradução: Mário Molina
Editora: Objetiva – 408 páginas

O ka-tet do último pistoleiro do Mundo Médio interrompe momentaneamente o caminho do feixe de luz rumo à Torre Negra e se divide: Roland e Eddie vão procurar um homem misterioso chamado Stephen King enquanto Padre Callahan, Oi e Jake vão atrás de Susannah. Numa trama que revela inúmeros mistérios, nos apresenta a tantos outros e ainda nos dá várias cenas de ação, é quase impossível acreditar que o livro só tem 400 páginas.

Verdade seja dita. Quando pensamos em Stephen King pensamos em livros de 800 páginas. É sério. Eu não sou diferente. E eu me lembro que quando A Canção de Susannah chegou (reservei na biblioteca na época) fiquei assutada: como assim? Que livro pequenininho é esse? Será que vai dar pra contar tudo?

Dá até que dá. Mas é um livro de leitura super rápida. A divisão do ka-tet nos envolve em tramas igualmente interessantes: se por um lado temos Susannah surtando desesperada pelas ruas de Nova York, temos Roland e Eddie no Maine procurando ninguém menos que Stephen King! As viradas de trama desse livro são ótimas e não é porque é um livro de ação que deixamos de ter o velho e bom desenvolvimento de personagem. Isso sem contar as inúmeras referências à cultura pop e de fantasia que são a marca registrada da série A Torre Negra.

Vale a pena dizer que Jake ganha destaque nesse livro e temos um acesso de perto ao amadurecimento do garoto que aos nossos olhos, deixa de ser apenas um garoto. A mesma coisa vale para Susannah, que acaba subindo no conceito do leitor por conta de seus problemas com Mia, uma entidade antiga e misteriosa que tenta dominá-la cada vez mais (o que me lembra que esse livro realmente discute o lado negro da maternidade). Ah, e espere algumas lágrimas. Eu não esperava que uma certa coisa acontecesse e aconteceu e eu fiquei arrasada. *momento drama da resenha*

A Canção de Susannah rende uma leitura muito boa uma vez que soluciona mistérios anteriores, mas também deixa quele gostinho de quero mais e aquele desespero em saber o que é que vai acontecer no final, que já é no próximo volume! Sem contar que apresenta uma criatividade e uma versatilidade incríveis por parte de Stephen King. Recomendado mil vezes!

SPOILER! O que você ler a partir daqui terá revelações importantes de A Canção de Susannah.

Já vi em muitos lugares na internet, inclusive em outros blogs literários, que o fato de Stephen King ter “se colocado”  na série arruinou a história. Bem, em primeiro lugar ele não “se colocou” na série. O que ele fez foi criar um outro personagem, um eu fictício chamado Stephen King. O que, sinceramente, foi uma jogada genial.

Com isso King conseguiu mesclar mundo real e fantasia, autor, leitor e personagem. Ele ultrapassou as barreiras da ficção e nos mostrou que bem, tudo é ficcional, não? É uma estratégia criativia extremamente interessante que tem tudo a aver com os universos paralelos/intercalados da série. E diferente do que muitos falam por aí, não foi “pra aparecer”. Pelamor, Stephen King é famoso, rico e renomado, ele realmente precisaria “se virar” um personagem só pra “aparecer”? Por favor, respeitem o cara e sua criatividade!

King misturou realidade e ficção. Em junho de 99 ele realmente sofreu um acidente enquanto caminhava numa estrada no Maine. Um caminhão o atingiu por trás e ele foi jogado fora da estrada e quase morreu. Na série A Torre Negra, King recriou o episódio, mas colocou a morte do seu eu-fictício em decorrência disso. Pelo menos inicialmente, rs.

Pensando em tudo isso, é interessante pensar na criação do Mundo Médio. Quem são os personagens? Quem criou a história? E quem está lendo? Qual é o nosso papel nesse punhado de ficção? Será que somos mesmo só leitores passivos ou realmente ajudamos a construir a história cada vez que estabelecemos uma referência?

Ahá! E você achou que a A Torre Negra era só uma série sobre um mundo imaginário, né?

FIM DO SPOILER!!!!

A série continua em seu volume final, A Torre Negra. Lembrando que King anunciou também o spinoff The Wind Through the Keyhole, com lançamento para este ano, que acontece entre os livros quatro (Mago e Vidro) e cinco (Lobos de Calla).

12 Comentários (+adicionar seu?)

  1. Liége
    fev 20, 2012 @ 01:13:39

    Nossa, quando vi que tinha um personagem chamado Stephen King eu já achei que deve ser uma sacada muito legal! Fiquei com mais vontade de ler a série ainda.

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    • Melissa
      fev 20, 2012 @ 13:24:00

      Liége, vale a pena ler sim! Os primeiros dois volumes da série não são lá muito bons, mas depois a coisa toda fica fantástica!

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  2. Rodrigo
    fev 21, 2012 @ 13:27:14

    Olá, eu tenho uma simples pergunta. Como você faz para deixar esse negocio “leia mais”, sem aparecer o post inteiro logo de cara?
    A propósito, gostei muito do seu site, e daria e sugestão de você dar notas para os livro 😉
    Abraços

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    • Melissa
      fev 21, 2012 @ 13:51:53

      Oi Rodrigo, obrigada pela visita! Então, esse “leia mais” é uma ferramenta do WordPress. É só clicar e colocar onde você quer interromper o post.
      Que bom que gostou do site. Confesso que já pensei em dar notas para os livros, talvez no futuro eu adote esse sistema.
      Espero te ver mais aqui! 🙂

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  3. Rodrigo
    fev 21, 2012 @ 13:28:23

    livroS*

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  4. Paulo Tonon
    maio 09, 2012 @ 15:31:29

    Olá.. estou lendo o 5 livro, e interessante o contraste de opinioes, eu achei o primeiro livro mto bom (provavelmente pq adoro tudo relacionado a faroeste) e achei o 4 livro o melhor ate agora.. nao li essa resenha inteira pra nao perder a graça heasuheuas, mas li em outros sites q o king aparece como personagem.. achei a ideia meio tosca e egocentrica.. no livro se encaixa legal? nao fica forçado ou egocentrico? e aproveitando, o final da torre é bom? satisfatorio? estou começando a ficar preocupado com o q o pessoal comenta ehasuase.. sem spoilers plz

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    • Melissa
      maio 10, 2012 @ 00:12:05

      Paulo, eu sei que muita gente ficou bem incomodada com a inserção do Stephen King como personagem. Mas eu acho que não foi nada forçado e combina bastante com o universo que ele criou, com todas aquelas referências e mundos paralelos. É importante lembrar que não é que o Stephen King se inseriu no livro, ele criou um personagem, ou seja, aquele Stephen King lá é tão ficcional quanto Roland ou Eddie. Então não é algo narcisista não.

      Quanto ao final da Torre, bem, eu gostei bastante, mas sei que tem gente que odeia, do mesmo jeito que tem gente que odiou o final de Lost. O lance é que nada em Stephen King é explicado, então há sempre brechas, coisas mais abertas. Se você entende isso, vai gostar do final sim.

      Não deixe de voltar aqui quando terminar de ler e me dizer o que achou. 🙂 Espero ter ajudado.

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  5. Paulo Tonon
    maio 10, 2012 @ 15:35:49

    opa, pode deixar.. assim q terminar de ler venho dizer o q achei.. =D
    vc saberia algum livro pra indicar no estilo desse? q seja fantasia, misturando teen com adulto.. ou nao necessariamente fantasia… eu gosto de tolkein a bukowski haha

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    • Melissa
      maio 11, 2012 @ 12:30:09

      Então Paulo, eu diria que talvez a série “Fronteiras do Universo” te interesse (tem essa mistura de tema sério como universo mais jovem) ou mesmo “Jogos Vorazes” que também trás essa mistura de um jeito muito interessante.

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  6. Trackback: A Torre Negra Vol.7 – A Torre Negra « Livros de Fantasia
  7. Karen Alvares
    maio 11, 2012 @ 15:25:11

    Mel, tava lendo o post sobre o último livro e vim parar aqui, ainda não tinha lido esse post. E uau, que resenha! Concordo totalmente com o que você disse sobre o King ter-se colocado na história. Foi uma jogada genial, porque faz o leitor pensar “o que é real e o que não é”. Será que aquilo aconteceu? Será que o King recebeu o Roland na casa dele?! huauahuahuauhhua
    Demais demais de criativo. E eu já tava sacando que isso poderia acontecer quando ele introduziu em Lobos de Calla o Pére Callahan e mais que isso, o livro do Pére, A Hora do Vampiro. Foi sensacional. O King não somente conectou todos os seus mundos, todas as suas histórias, convergindo na Torre (e tenho certeza que todo fã de King que lê a Torre depois fica procurando referências dela em qualquer coisa que o King escreva, se pá até lista de supermercado), como também conectou o mundo real com o imaginário. Até onde vai a realidade e a ficção?

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    • Melissa
      maio 11, 2012 @ 15:27:43

      Eu também acho genial. Sinceramente eu não consigo entender a cabeça do povo que reclama disso, viu… Ah, e eu fico procurando referências da Torre que nem doida sempre. Normal.

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